Liberdade não tem mas
É uma daquelas raridades a que não estamos habituados. Pedro Passos Coelho, no podcast de Maria João Avillez, falou sobre os anos da troika, expôs a sua visão, fez notar divergências, enfim, exerceu a sua liberdade. Paulo Portas respondeu a várias das afirmações do ex-Primeiro-ministro e expôs a sua visão, afirmando que via a troika como um mal necessário ao passo que Passos Coelho a entendia como um bem virtuoso. E fê-lo, naturalmente, também de forma livre.
Não me compete, por variadíssimas razões, julgar as duas opiniões. Na verdade, saber quem tem razão, neste caso em particular, é até de uma irrelevância só capaz de excitar o jornalismo mais incapaz. O que Passos, primeiro, e Portas, depois, fizeram foi um exercício de liberdade e de respeito pela memória histórica. De resto, as duas visões, aparentemente contraditórias, não o eram tanto assim, ou pelo menos visavam objectivos semelhantes, já que, com mais ou menos dificuldades, o processo de ajustamento financeiro foi concluído, o Governo chegou ao fim do seu mandato e a coligação entre os partidos que ambos lideravam até conseguiu ser a força mais votada........
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