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A Audácia da Esperança

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Acredito profundamente no poder transformador das comunidades e, neste artigo, não escrevo só como diretor da Casa do Impacto, mas também como filho, cidadão e alguém que testemunhou como uma comunidade pode mudar o destino de uma vida.

A minha história começa antes de mim, na década de 1960, em plena guerra colonial em Moçambique. Uma criança de três anos, ferida e sozinha após perder a mãe num ataque, é encontrada por soldados portugueses. Os Comandos da 9.ª Companhia resgataram-no, cuidaram dele e acolheram-no como um dos seus. Esse rapaz era o meu pai, António José, mais tarde conhecido como António José Comando. Comando não é um mero apelido – é um símbolo de uma comunidade que escolheu agir com humanidade no meio do conflito.

Estes militares, preparados para a guerra, viram naquela criança algo mais do que um sobrevivente ou um refém. Os mesmos que foram responsáveis pela perda – nele encontraram potencial e decidiram ser o seu porto seguro, acompanhando-o mesmo depois do fim da guerra, oferecendo-lhe um lar e esperança.

É esta força de agir que guia o meu trabalho. Comunidades fortes, sejam elas família, amigos ou instituições, são aquelas que resistem às........

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