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O perigo dos descontentes

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21.03.2024

Começo com um sentido obrigado ao nosso Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa que, para além de ser excelente na arte de tirar selfies, também permitiu clarificar a situação política portuguesa. Ah! Parece que afinal, não.

Entramos no pós eleições e estamos numa situação ainda mais confusa, à beira da ingovernabilidade. Como disse o poeta em Hamlet, algo está podre no reino da Dinamarca.

Este quadro de instabilidade não é mais que o fruto do desgoverno da geringonça. António Costa precisava de um vilão para se perpetuar no poder e ajudou a criar um partido que agora não consegue controlar.

O PS, o BE e o PCP foram incompetentes. O povo não está feliz e não se sente representado. Por muito que o repitam, a união da esquerda não trouxe melhoria à qualidade de vida dos portugueses, antes pelo contrário, provando que as suas medidas não funcionam. O que me parece distópico é que, no final do dia, continuem a não ouvir o grito de revolta dos portugueses.

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Quando a insatisfação aumenta, os partidos reaccionários capitalizam, sempre foi assim. O que mudou, foi que neste momento, acabou o período esquerda vs. direita e começou o período descontentes vs. status quo, o que é bastante mais perigoso por ser mais emocional que racional.

Não votei Chega. Nunca votarei Chega. O Chega é um partido que reúne um determinado número de valores que são incompatíveis com a minha visão de uma sociedade........

© Observador


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