Um PS pavloviano
Ser líder da oposição é o cargo mais difícil da política. Ser líder da oposição quando se tem a concorrência direta de outro partido que tem mais deputados e maior poder de fogo, algo inédito na nossa democracia, torna-se ainda mais difícil. Fazê-lo depois de oito anos no poder, com três derrotas eleitorais traumáticas (legislativas 24, legislativas 25, autárquicas 25) e sem perspetivas evidentes de regressar ao governo num horizonte razoável de tempo deve ser um drama. Mas fazê-lo enquanto se cometem erros incompreensíveis está muito perto do suicídio político.
José Luís Carneiro tem um problema. Aliás, José Luís Carneiro tem dois problemas: a sombra de Pedro Nuno Santos e a incapacidade de muita gente no PS em perceber, interiorizar e aceitar que os eleitores preferiram votar noutra força política para governar os destinos do país. Fizeram-no por duas vezes e, à segunda, atiraram mesmo o PS para mínimos históricos. No entanto, além de umas eleições internas despachadas em três tempos, a parte mais visível do partido parece não ter retirado nenhuma consequência do que lhe aconteceu. Pior: parece não querer retirar.
Vem isto a propósito da reação às declarações de Fernando Alexandre* sobre as residências universitárias. O ministro da Educação foi infeliz na forma como se expressou e deveria ter outro cuidado. Mas, objetivamente, não disse nada daquilo de que foi acusado. No essencial, até disse o contrário do que foi acusado de ter dito. Ainda assim, e instalada a dúvida (razoável) sobre o alcance das palavras de Fernando Alexandre, qualquer político minimamente responsável teria procurado ouvir as declarações do ministro na íntegra e, aí sim, decidir como reagir. No PS, de quem se espera e a quem se exige essa responsabilidade, até para se distinguir do seu concorrente direto, não foi nada disto que........





















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