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Um sintoma que precisa de remédio

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04.03.2024

No quadro político-partidário atual torna-se necessário contribuir para a desmistificação do Chega, da capacidade que muitos lhe pensam assistir e também da sua real natureza. O desejo utópico de que sucumbisse ou fosse gradualmente reduzindo a sua popularidade na medida da qualidade das suas contribuições ou da inexequibilidade das suas propostas parece estar condenado e, como tal, exige-se que contribuamos para um debate de ideias esclarecedor, sem presunções de superioridade moral, aberto à dimensão crítica que toda a opinião deve ter, mas sobretudo capaz de desconstruir narrativas e argumentos demagógicos.

No plano mediático muitos tentam fazer crer que o Chega é um instrumento de degradação do regime democrático, mas esquecem que o partido é na verdade um sintoma do espetáculo indecoroso a que assistimos nos últimos anos, exponenciado por uma insatisfação notória com o funcionamento das instituições e da democracia em Portugal. Mais, o partido de André Ventura crescerá tanto quanto maior for a insatisfação do eleitorado. É sabido que entrou na AR nas eleições de 2019, depois de um governo resultante de um arranjo político pioneiro. Aberta a caixa de Pandora com o braço dado a partidos extremistas eis que na primeira oportunidade chegam outros extremistas à AR. Não importa muito agora perceber se foi este quadro que potenciou o Chega, se a falta de capacidade na oposição direta aos governos do PS ou o descrédito da classe política minada por “casos e casinhos”, processos ou megaoperações. Em qualquer dos........

© Observador


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