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Nasrallah e os aiatolas

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04.10.2024

O Irão atacou Israel e os festejos em alguns sectores da rua muçulmana foram amplamente divulgados e amplificados pelos órgãos de “informação” do costume. A festa foi rija e decalcada do roteiro que nas mesmas ruas ocorreu há 24 anos, no seguimento dos atentados terroristas da Al Qaeda, em Nova Iorque. Trata-se em suma, de uma visão futebolista do mundo.

Na altura, além desta rua muçulmana, certos sectores da esquerda ocidental, faziam também o jeito ao pé, e bailavam no mesmo delirante êxtase “anti-capitalista”.

Era o tempo em que o “nosso” Miguel Portas, do Bloco de Esquerda, visitava Hassan Nasrallah, prestava-lhe vassalagem, e confessava a sua acrisolada admiração pela criatura.

Ontem, os festejos vieram também da CNN Portugal, onde o inenarrável general Agostinho Costa, excitado como uma adolescente no concerto de uma “boys band”, dava conta dos estratosféricos sucessos dos mísseis dos aiatolas. “Foram 90%, sotor”– garantia.

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“Como sabe?”– perguntava-lhe o jornalista — “não temos nenhuma informação nesse sentido”. O general Costa gaguejava que tinha vídeos e mandava “contar as bolinhas”. “Oh sotor, as bolinhas que batem no chão, são mísseis que atingem os alvos, sotor. O Irão destruiu os sistemas Arrow, a base da Mossad, as plataformas de gás, etc.”, regozijava-se o general.

Enquanto o general Costa vive um dos seus efusivos, numerosos e anedóticos momentos “os russos já estão em Kiev”, uma pequena nota, que esperamos não seja lida pelo general, para não passar repentinamente do estado maníaco ao afundamento depressivo:

A maior parte das “bolinhas” eram destroços de mísseis destruídos no ar, que se incendeiam no atrito com a atmosfera. Fenómeno físico, que um general a sério deveria conhecer se, em vez de andar a deglutir sem mastigar vídeos do Tik-Tok, se lembrasse das aulas de Acústica, Óptica e Calor da Academia militar, e atentasse no cuidado com que os programas espaciais tentam isolar os veículos de reentrada, justamente porque tendem a ficar incandescentes, produzindo as tais “bolinhas” que fascinaram a criatura.

Mas o general é já inimputável, ultrapassou todas as linhas do bom senso e da honestidade intelectual e, presentemente, serve apenas de bufão de serviço na CNN, como aquele personagem “firme e hirto”, que marcava presença nos programas do Herman José, justamente para suscitar a chacota e a vertigem do ridículo, atraindo........

© Observador


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