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Porque é que as ditaduras fazem eleições?

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31.07.2024

No passado Domingo, a Venezuela realizou eleições presidenciais. No país da revolução Bolivariana, uma ditadura comunista, desculpem o pleonasmo, onde existe a maior onda de refugiados do mundo (quase 8 milhões de pessoas fugiram do país em busca de liberdade e dos bens essenciais à sobrevivência, segundo as Nações Unidas), o regime continua preocupado em fazer eleições. Não foi surpresa para ninguém que as eleições do último Domingo tenham sido uma fraude. A ideia de que existiriam eleições justas e livres num regime como a Venezuela não passa de uma ilusão. Sendo um regime alicerçado no poder castrense, o mais provável é que o seu fim só possa vir de dentro, através de um pronunciamento militar ou de um golpe militar.

No entanto, não deixa de ser curioso que um regime político que nunca aceitaria outro resultado que não a vitória do seu candidato realize eleições. Apesar de controlar, em grande medida, o resultado eleitoral, o regime não consegue prever – nem controlar – as consequências da fraude. Os riscos de um levantamento social, de protestos violentos ou do apertar da pressão internacional podem ser fatais. Com todos estes potenciais problemas, a pergunta que se impõe é a seguinte: porque é que os regimes autoritários realizam eleições? Aparentemente, todos os incentivos estão alinhados para as elites autoritárias não fazerem eleições. No entanto, nas últimas duas décadas, a........

© Observador


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