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A Geração Tapete Vermelho  

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monday

Vivemos na era dourada da infância, e do colapso da maturidade. A cada esquina, um pequeno ser de três anos é tratado como se fosse uma combinação entre Buda e Steve Jobs: sábio, criativo, dono de uma autenticidade que o mundo adulto supostamente perdeu. Os pais, de joelhos, emocionados, correm à frente para lhe estender o tapete vermelho: protegem-no de tudo o que possa contrariá-lo, da chuva às más notas, do tédio ao “não”. É uma geração de crianças com o caminho tão polido que, quando crescem, escorregam no primeiro degrau da realidade.

A educação, outrora uma arte de formar o carácter, tornou-se um exercício de gestão emocional. A regra é simples: a criança nunca deve sentir-se frustrada. Os professores são instruídos a “motivar” em vez de exigir, os pais preferem dialogar com o filho de oito anos sobre o tempo de ecrã como se fosse um colega de assembleia-geral, e as escolas multiplicam prémios de participação para que ninguém tenha de enfrentar o trauma de perder. O resultado é previsível: uma geração que, chegada à vida adulta, não sabe perder, não sabe esperar, e muito menos sabe........

© Observador