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Chega. A vitória seria a sua derrota

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18.03.2024

Sei que existe uma grande preocupação em torno dos resultados que o Chega alcançou nestas eleições. Compreendo os motivos e partilho de alguma consternação. Com isto não me refiro à celeuma levantada por alguns em relação à idoneidade democrática de tal partido.

Até porque não acho justo levantar tal suspeita. Para explicar sem incorrer em ‘whataboutismo’, o facto é que o Chega opera nos limites democráticos do espectro da direita, assim como o BE e o PC atuam na esquerda. Há argumentos robustos que suportam esta visão. Vamos então a um rápido ‘quem é quem?’: de um lado, temos um partido de tendência nacionalista e autoritária; do outro, partidos que preconizam a saída de Portugal da União Europeia — ainda assim, candidatam-se consistentemente às europeias — e que louvam a era Soviética. Consegue descobrir a quem me refiro?

Contudo, a essência deste artigo não reside em validar a idoneidade democrática de qualquer partido, mas sim em explicar a razão subjacente à tese apresentada no título. De forma simples e direta: o Chega carece de estrutura e quadros qualificados para garantir um desempenho eficaz no parlamento. E esta preocupação ultrapassa a questão da qualidade das suas intenções. O Chega, desde o seu início, tem sido caracterizado por depender excessivamente de uma única figura, ilustrando perfeitamente o ditado de que ‘a cada cabeça sua sentença’. Em resumo, o Chega pode ser definido em duas palavras: André Ventura.

Ventura sabe bem disso. Porém, para erguer a sua ‘igreja’ precisa dos seus apóstolos. E desta feita conseguiu mais do que triplicá-los. Em todo o caso, com base nos resultados........

© Observador


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