Autárquicas e o regresso do bipartidarismo
Parece que sucedeu num passado longínquo, mas foi somente há pouco mais de três meses que André Ventura, no rescaldo da noite eleitoral – após receção apoteótica dos seus militantes ao som de Conquistador dos Da Vinci – proclamou o término do bipartidarismo no quadro político nacional.
Tal afirmação foi suscitada, provavelmente, por o partido que lidera ter ultrapassado a marca de um milhão de votos, estabelecendo-o isoladamente e no momento como o terceiro maior político português, com considerável distância para os que hierarquicamente se seguem.
O poder conferido ao líder do Chega, materializado nos 50 deputados eleitos para a Assembleia da República, envolveu Ventura numa espiral de responsabilidade e expectativa governativa para a qual o referido não se encontrava preparado.
As circunstâncias de frágil governabilidade que se marcaram logo de início pelo episódio da eleição do Presidente da Assembleia da República, colocaram o visado à prova, tendo este, numa demonstração de egoísmo e ausência de flexibilidade........
© Observador
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