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O sentido incerto da Palavra

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29.01.2024

Abordar a tónica do discurso político enquanto membros da sociedade civil, exige resistir à tentação de engrossar críticas comuns facilmente inspiradas no rol de intrigas e escândalos recentes. Ficamos pelo sentido incerto, mas conveniente à Palavra discursiva, que se vê descredibilizada pela corrupção e outros vícios do poder.

A retórica coloquial na época de eleições reduz a pouco a compreensão pública, vista como incapaz de interpretar para lá dos termos simplórios, considerando-se essencial um clima “à vontade”, como se estivéssemos todos à mesa de café a ouvir comentários banais.

A estratégia de democratização da Palavra na senda da aproximação ao eleitorado, tem sido mais eficaz na acessibilidade à mentira política. Favorecidos por este efeito adverso, os cidadãos têm aumentado a desconfiança em declarações frequentemente reduzidas à leitura de enunciado em bicos de pés e dedo em riste. As circunstâncias levam a que se desconsidere a oratória, pois atenta contra si nos exageros, trocadilhos e contradições num xadrez semântico de encaminhamento do voto.

Assim decorre o debate político, em moldes clubísticos, onde mais........

© Observador


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