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União Europeia, os dilemas do prisioneiro

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01.12.2025

O drama atual da União Europeia reside no facto de ela não ser um regulador acreditado da presente desordem internacional e, também, de não possuir legitimidade política bastante para ser um regulador eficaz entre Estados membros. Democracia europeia e Estado pós-nacional, são, portanto, as duas faces da mesma moeda. Estamos no final de 2025 em plena guerra da Ucrânia e enredados em planos de paz que mais parecem planos de humilhação. O projeto de construção europeia vive, atualmente, o que poderíamos designar como os dilemas do prisioneiro. Estamos, com efeito, num limiar crítico da união política europeia devido, justamente, a uma convergência absolutamente inusitada de um conjunto de fatores de alto risco que, em qualquer momento, podem eclodir e precipitar a colisão entre a democracia europeia e o Estado pós-nacional, que são funcionalmente interdependentes por via da atual governação multiníveis.

Aqui chegados, perante tanta incerteza e tensão geopolítica, os Estados-nacionais muito dificilmente aceitarão ser fiéis, a tempo inteiro, a um comando europeu unificado. O projeto europeu continuará, por isso, a fazer navegação à vista e a adotar uma política dos pequenos passos enquanto implora, no curto prazo, para que um facto geopolítico grave não expluda à superfície e atinja seriamente o espaço territorial da União Europeia. Assim, talvez possamos afirmar que, na atual conjuntura geopolítica, a União Europeia vive o chamado dilema do prisioneiro. Senão, vejamos.

O primeiro dilema coloca face a face, por um lado, a clara perda de centralidade do Estado e a sua capacidade de configurar a sociedade aberta e global e, por outro, a radicalização soberanista e populista da política doméstica que recupera o Estado central como se estivéssemos órfãos de Estado. Aliás, esta radicalização já se observa na atual composição do Parlamento europeu com a subida dos partidos patriotas e soberanistas.

O segundo........

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