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Os três pecados da IL

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13.03.2024

No rescaldo das eleições legislativas, o foco está – compreensivelmente – na governabilidade e no extraordinário crescimento do Chega. E faz sentido que assim seja. Como escrevi na minha reacção rápida às eleições, no dia 10 de Março o sistema partidário português mudou, com o país a mostrar inequivocamente a sua insatisfação com a governação socialista e a virar à direita mas a concretizar essa viragem não reforçando a AD nem a IL mas sim através do extraordinário crescimento do Chega. Isto numas eleições em que a participação aumentou substancialmente, o que justifica que se dedique também alguma atenção ao resultado da IL e possíveis causas do mesmo.

Por altura da sua eleição como líder da IL em 2023, Rui Rocha estabelecia como ambição: “Vamos ter 15% e vamos acabar com o bipartidarismo”. Um ano depois, em Janeiro de 2024, já tinha havido um downgrade substancial e os objetivos – mais modestos – passavam por crescer 50% (presumivelmente para 7,5% dos votos) e conseguir fazer eleger 12 deputados. Todos estes objetivos falharam de forma inequívoca.

Ainda assim, não se concretizaram também os augúrios catastrofistas de vários dissidentes que previam uma quebra – ou mesmo o desaparecimento – da IL. Os resultados da IL falharam os objetivos estabelecidos mas têm alguns pontos positivos que devem ser realçados: a IL conseguiu fazer eleger pela primeira vez um deputado por Aveiro, subiu em mais de 40 mil votos a votação face a 2022 e conseguiu manter um grupo parlamentar com 8 deputados. Ainda assim, é inegável que o partido não conseguiu capitalizar o elevado descontentamento existente com PS e PSD nem a vaga de direita.

É provável que uma parte do resultado da IL possa ser explicado por ter um eleitorado menos resistente ao voto útil. Tendo Rui Rocha estabelecido uma linha vermelha face ao Chega e declarado intenção de colaborar pós-eleitoralmente com AD, muitos potenciais eleitores liberais terão – de forma perfeitamente racional – optado por reforçar as possibilidades de a AD vencer........

© Observador


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