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Uma “story” de encantar

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14.09.2024

Quando li que o governo “recomendou”, ou vai “recomendar” a proibição dos telemóveis até ao 2.º ciclo, a minha reacção imediata foi averiguar o que é o 2.º ciclo. É o “preparatório” do meu tempo, informaram-me sem grande paciência. Depois perguntei a que propósito os cachopos andam com telemóveis na escola. Não me responderam. A medida deve ser das coisas mais bem intencionadas e mais inúteis que consigo imaginar.

Houve um período, para aí há uma dúzia, dúzia e meia de anos, em que me interessava por estes assuntos. Na época, escrevi na Sábado e no DN o que, à distância, me parecem ser demasiadas crónicas sobre criancinhas e o futuro que esperava as criancinhas após se desenvolverem (força de expressão) num ambiente excessivamente protegido e tecnologicamente anestesiado. Não eram crónicas optimistas. Se bem me lembro, e dado que o caso não exigia especiais dons de vidência, foram certeiras. E certeiras a ponto de, sem que eu o decidisse ou sequer me apercebesse, a partir de determinada altura ter abandonado o tema para sempre. Ou quase, se contar com o presente artigo. É possível que o meu inconsciente, a existir, soubesse com antecipação o que o meu consciente, de existência intermitente, teimava em ignorar: já não valia a pena.

Impedir em 2024 os meninos e as meninas de aceder ao telemóvel no expediente escolar é o mesmo que vedar a um apreciador de carne o bife ao almoço. Não é por isso que ele deixará de ser carnívoro – e de resto........

© Observador


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