Quem te avisa…
Quando o Chega chumbou a eleição de Aguiar-Branco para presidente da Assembleia da República, escrevi um texto ilustrado com uma foto de André Ventura que se chamava Suicídio em direto. Muitos leitores escreveram-me indignados. Que André Ventura tinha feito muito bem; que o PSD é que obstaculizara um acordo, com a sua teimosia do ‘Não é não’; que o Chega deveria manter a mesma atitude e não ser ‘muleta do Governo’.
Estas eleições mostraram onde estava a verdade.
O Chega foi o partido mais penalizado nas europeias.
Dir-se-á que isso resultou da má qualidade do candidato.
Para quem quer meter a cabeça na areia, a explicação serve.
Mas não chega.
O resultado de umas eleições tem que ver com duas coisas, não sendo possível dizer qual delas pesa mais: com a imagem do partido e com o candidato.
Assim, o resultado do Chega terá com certeza que ver com António Tânger — mas também com o caminho que o Chega tem seguido desde as legislativas.
Quando se pensava, depois de 10 de Março, que poderia contribuir para a maioria de direita que passara a existir no Parlamento, o Chega tornou-se uma força de bloqueio e votou quase sempre ao lado da........
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