O tio de Espinho
Quando António Costa se tornou primeiro-ministro sucedendo a Pedro Passos Coelho – num golpe constitucional que inaugurou na política portuguesa uma nova fase –, reverteu quase todas as medidas do anterior Governo que eram passíveis de reverter, tentando criar a ideia de que Passos Coelho fizera tudo mal e era necessário recomeçar do princípio. Até se chegou a dizer que a ‘saída limpa’ do programa da troika fora afinal uma ‘saída suja’.
A privatização da TAP foi apressadamente anulada, com consequências que viriam a ser trágicas para as finanças do Estado.
A semana de trabalho na Função Pública voltou a ser de 35 horas semanais, com o ministro das Finanças a assegurar que isso não custaria um euro aos contribuintes – o que se revelaria completamente falso.
As reversões levaram a um aumento súbito da despesa e do défice, obrigando Centeno a recorrer às célebres cativações, como escrevi em crónica anterior.
E isso constituiu uma lição para António Costa.
Que foi aprendendo que o dinheiro não estica – e se tornou muito mais cauteloso.
Embora aqui e ali fosse........
© Jornal SOL
visit website