O efeito Ronaldo
Nunca fui um fã incondicional de Cristiano Ronaldo. A idolatria sempre me incomodou, e com Ronaldo ultrapassou todas as marcas. Hoje já não é bem assim, mas quando ele tocava na bola os relatores subiam o tom de voz e gritavam: «Bola em Ronaldo, Ronaldo, Ronaldo, Ronaldo…» – e a voz só esmorecia quando a jogada se perdia. Às vezes era golo – e aí os homens atingiam o êxtase.
Ao longo do tempo, a forma de jogar de Ronaldo foi-se alterando – o que mostra a sua inteligência ou a inteligência dos treinadores que o acompanharam, em especial Alex Ferguson. Quando foi para Manchester, saído do Sporting, Ronaldo era sobretudo um driblador. Um jogador muito habilidoso, quase um malabarista, que frequentemente se perdia nas tentativas individuais.
Mas Ferguson meteu na cabeça (na sua e na dele) que Ronaldo havia de ser um goleador. Logo à partida disse-lhe que iria marcar x golos por ano (um número muito apreciável). E Ronaldo marcou.
Mas não só a sua forma de jogar mudou. Mesmo o seu aspeto transformou-se: arranjou os dentes, mudou de penteado, e sobretudo ganhou arcaboiço: alargou o peito, endureceu os músculos e engrossou as pernas. O menino........
© Jornal SOL
visit website