As franjas
Há uns anos atrás, talvez seis ou sete, escrevi um artigo sobre o futuro da Democracia. Interrogava-me se esta não estaria esgotada, para concluir exactamente o contrário: a Democracia parecia esgotada precisamente porque já tinha vencido. Na altura, só o Bloco de Esquerda e o Partido Comunista Português a desafiavam eleitoralmente, mas sempre com resultados deprimentes. Passados anos, o panorama alterou-se significativamente. Vou-me cingir a Portugal, mas não sem antes advertir de que o fenómeno é geral, pelo menos na União Europeia: as ‘franjas’ à direita e à esquerda foram emergindo, medrando e impondo-se. Temos hoje a Social-Democracia sitiada. A persistir esta tendência, não digo que o Centro se evapore, mas digo que se tornará irrelevante, incapaz de ganhar eleições.
Sitiada, à esquerda, por um Partido Socialista que, sob a batuta de Pedro Nuno Santos, promete reverdejar o verdadeiro Socialismo em aliança com o Bloco e o PC; promete, em suma, desenterrar e recuperar as genuínas raízes estatistas do Socialismo, ao que parece desprezadas por oito anos........
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