Saúde “über alles”
O Partido Conservador britânico cedeu. Digo cedeu, porque não se trata, desta feita, de mais uma das suas idiossincrasias doutrinárias, aglutinando tendências – como, pelo menos, desde Disraeli –, vincando a sua natureza de catch-all party. Digo cedeu, porque abdicou de um elemento central do conservadorismo anglo-americano: a liberdade.
Digo cedeu, mas Churchill, em Bladon, deve estar a dar voltas no túmulo, disposto a atravessar os Comuns para se sentar noutra bancada qualquer, gritando: enlouqueceram!
Pela mão de Rishi Sunak, o “moderado”, o “moderno”, o “responsável”, o “oposto de Boris”, os Tories aprovaram uma legislação que proíbe, para sempre, qualquer nascido depois de 2009 de comprar tabaco. Com uma votação de 383 votos a favor e apenas 67 contra, a The Tobacco and Vapes Bill foi esta semana aprovada nos Comuns. A oportunidade, terá pensado Sunak, estava aí ao sabor da turba (democracia em prol da saúde, dirão alguns): uma sondagem do YouGov sugere que o banimento do fumo é cada vez mais popular, com um terço dos eleitores a aprovarem a medida e 30% a reclamarem um banimento total; contra qualquer espécie de banimento, apenas um quarto dos eleitores.
Os argumentos são as lérias sanitárias do costume: ai, que é a principal causa de morte, ui, que os fumadores oneram os serviços nacionais de saúde,........
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