As Causas. Guerrinhas, trapalhadas, guerras
O tiro no pé da medida da anunciada redução do IRS em 2024 (parte substancial vinha do Orçamento já aprovado) foi uma nuvem negra que caiu sobre um sucesso sem falhas do Governo no debate do seu programa na Assembleia da República.
Podem disso ser tiradas lições e até ilações, mas para tal convém ver as causas do evento.
Mas também se deve evitar tomar essa nuvem por Juno: nem a nuvem é Juno nem tudo o resto no Céu da Política é menos importante.
Mas além destas guerrinhas, há outra bem mais séria, entre o Irão e Israel.
O debate do programa do Governo foi claramente considerado em todos quadrantes um sucesso para Luís Montenegro e para a estratégia por ele seguida.
Em resumo:
Mas mais relevante ainda, tudo parecia indicar que devido à onda habitual de apoio a quem acabou de ganhar, nas eleições da Madeira em 26 de maio e nas eleições Europeias de 9 de junho, o PS não vai sair vencedor.
Também por isso pareceu claro que PNS se está a resguardar para não abrir uma crise em cima de quatro derrotas eleitorais em 4 meses, ocorridas desde a de fevereiro nos Açores.
Parece, pois, muito provável que PNS queira ter nas autárquicas de 2025 (e nas presidenciais no início de 2026) vitórias que iniciem um novo ciclo. E que isso seja o seu objetivo estratégico essencial.
E do lado do CHEGA também ocorreram sinais curiosos:
O que também já ficou evidente é que LM é muito bom no debate parlamentar e vai tirar partido de um modelo que beneficia sempre o Governo (como António Costa bem demonstrou durante 8 anos) e que se tornou mais favorável ainda.
De facto, o Governo passa a beneficiar:
Se tudo se passasse apenas no hemiciclo parlamentar, seria seguramente tudo muito fácil para o Governo.
Mas nada disto é suficiente para dar euforia ao Governo.
É verdade que a estratégia seguida foi inteligente: consolidar uma vitória eleitoral curta com um conjunto de medidas positivas que o PS e/ou o CHEGA não podem chumbar e que, pelo contrário, apesar da retórica que usarão para a luta entre ambos, querem dizer aos portugueses que viabilizaram.
Mas governar é, em regra, tomar decisões que não agradam a todos e até que podem ser essenciais apesar de desagradarem a muitos.
O estadista é como um avião: levanta voo contra o vento, gostava de dizer Vítor Cunha Rego. Quando chegar a altura desse tipo de situações, o Governo vai ter contra si 150 deputados, que de algum modo o cercam.
Mas há mais: as negociações com sindicatos da função pública provavelmente não vão ser fáceis, com o grau de exigências a não ser reduzido, sobretudo porque PS e CHEGA (para não falar dos micropartidos radicais de Esquerda) vão tudo fazer para que corra mal, designadamente soprando nas velas dos mais radicais para que no fundo os sindicatos se sintam obrigados a não ceder em nada.
Por isso, o sucesso do Governo vai exigir – como nas provas de........
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