As eleições têm consequências
Nunca esteve para haver uma coligação de Úrsula Von der Leyen com a extrema direita, até porque, independentemente da sua vontade, nunca resultaria. Von der Leyen, ou outro qualquer, terá sempre que passar no Conselho e dificilmente passa sem o apoio de França (cujo governo é da família dos liberais) e da Alemanha (cujo governo é uma coligação liderada pelos socialistas). E, além disso, há outros equilíbrios a fazer, nomeadamente no Conselho Europeu.
Os seus dois primeiros presidentes, Herman Von Rompuy e Donald Tusk, vinham do Partido Popular Europeu. O argumento invocado então era simples: O PPE era o partido europeu que tinha mais chefes de Estado e de Governo. Foi assim até 2019, quando foi necessário integrar os liberais na grande negociação para conseguir uma maioria.
Nesse ano, apesar de representar apenas o terceiro maior grupo, os liberais, Macron era presidente de França e uma estrela europeia em ascensão. Tinha poder. Foi isso que lhe permitiu acordar com Merkel que a presidente da Comissão seria Úrsula Von der Leyen, alemã e do PPE, que à frente da política externa ficava um socialista (que também ficavam com metade do mandato da presidência do Parlamento Europeu) e à frente do Conselho ficava um liberal francófono, Charles Michel. Sabe-se que Macron perguntou a António Costa se queria o lugar, mas o então Primeiro ministro português disse que não.
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