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Revenge Porn no Telegram: o canal português de misoginia assistido por 70 mil homens

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02.09.2024

Infelizmente, não é novidade nenhuma que as mulheres são muitas vezes culpadas por serem seres sexuais, enquanto os homens são vangloriados no mesmo contexto, ou desculpados mesmo quando são os predadores da história.


Ora, imaginem o que é partilhar, com consentimento, uma foto íntima, com alguém em quem confiam, e depois ver essa mesma foto a ser partilhada publicamente, sem o vosso consentimento. Imaginem o que é a sociedade culpar-vos por terem tirado e enviado aquela foto, mas não culpar quem a partilhou publicamente sem a vossa autorização. Isto acontece todos os dias e chama-se Revenge Porn. Em Portugal, a Associação Não Partilhes tem sido muito vocal acerca deste tema.


Esta prática não acontece somente em dramas adolescentes de séries e filmes, mas na vida real, especialmente através das redes sociais. Neste contexto, os participantes da conversa não se limitam a partilhar as fotos, mas também as comentam em conjunto, avaliando o corpo das mulheres, pedindo fotos de mulheres de zonas específicas, ou mais informações sobre as mulheres em questão.


Foi com raiva, mas tristemente sem grande espanto, que no passado dia 23 de agosto, li a notícia que existe um canal português de Telegram que conta com 70 mil homens ativos na conversa, onde partilham revenge porn todos os dias. As vítimas: as mulheres, muitas vezes ex-parceiras ou até namoradas de amigos, subdivididas em categorias. Como noticia a Nit, há vários canais no Telegram com o mesmo tipo de conteúdo, como é o caso de “Voyeur”, “Pussylga” e “Pussylicious”. Dentro deste últimos, os subtópicos incluem: “Trans”, “ 60”, “Feia, mas até comia…”, “Tugas desconhecidas” e “Namoradas de........

© Expresso


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