A oportunidade de 2024
As eleições legislativas de 2022, precipitadas pela decisão de Marcelo Rebelo de Sousa dissolver a Assembleia da República na sequência da ameaça de o fazer se o Orçamento do Estado para esse ano fosse rejeitado, decorreram sob o signo da chantagem.
A chantagem vinha de trás. Se bem nos lembrarmos, o resultado das eleições de 2019 colocou o PS à beira da maioria absoluta e mudou quase radicalmente a sua postura relativamente aos partidos à sua esquerda. Se entre 2015 e 2019 tinha sido possível impor ao PS um conjunto de medidas positivas para as camadas sociais mais prejudicadas pela governação PSD/CDS, a partir de 2019, a chantagem que o PS ficou em condições de exercer tornou tudo mais difícil.
Se bem nos lembrarmos, sucederam-se as ameaças de demissão do Governo caso algumas medidas fossem aprovadas. Foi o caso, por exemplo, da reposição do tempo de serviço dos professores. Perante a possibilidade de aprovação de uma medida nesse sentido contra os votos do PS, António Costa ameaçou com a demissão do Governo, o que levou o PSD - sim, o PSD - a voltar atrás. O mesmo sucedeu com a possibilidade de baixa do IVA na eletricidade.
A intenção do PS para voltar às políticas de direita sem empecilhos começava a ser cada........
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