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BH126: cidade-luz, da luz apagada

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18.12.2023

Cidade de Belo Horizonte

Belo Horizonte foi inaugurada em 12 de dezembro de 1897. Dizem que foi inspirada em Paris, a "cidade-luz". Inspiração é uma coisa interessante, porque parece falar de uma referência, de familiaridade e de proximidade, mas fala mesmo é de expectativa e de desejo.

Uma pintura inspirada num quadro de um grande mestre não torna essa pintura algo equivalente. Na verdade, fala mais da distância entre inspiração e realização, ou entre expectativa e resultado.

Mostra que, entre o desejo e um resultado extraordinário, a visão e o talento é que fazem a diferença. É como um abismo estreito, mas profundo: o outro lado está logo ali, à vista, mas impossível de ser transposto por quem não tem o ferramental necessário.

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E a distância entre a nossa BH - com seus 126 anos - e Paris, é, a cada ano, maior e mais evidente. Nem chega a ser um abismo; é mais um universo paralelo.

Ao contrário de cidades mais antigas, surgidas a partir de vilarejos que cresceram, a nossa foi criada do nada. Quer dizer, por "nada", estamos falando de um arraial que devia ser muito pouco importante a ponto de ter sido - basicamente - ignorado, deixando pouquíssimas marcas e registros no desenho da nova cidade.

Porque a "modernidade", quando vira bandeira ou "movimento", é mais ou menos assim: chega contradizendo tudo, desdenhando o jeito com que as coisas eram feitas até ali e propondo começar de novo. A "modernidade" é disruptiva e revolucionária, e normalmente vem acompanhada por uma série de "estudos" e "teorias" que informam como todo mundo irá, com certeza, se comportar dali em diante.

Se for pensar bem, as revoluções têm mais pontos em comum com a fé cega do extremismo religioso do que com a ciência propriamente dita, na medida em que costumam descartar tudo o que funcionava até ali e, ao invés de propor evoluções incrementais e ajustes do que já funcionava, vem logo propondo rasgar o conhecimento........

© Estado de Minas


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