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Pé-de-Meia e Tesouro Selic: quando o dinheiro do estudanteb ensina

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Por Alexia Diniz

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Durante muito tempo, educação financeira foi tratada como coisa de adulto, de gente “que já ganha dinheiro”.  O jovem estudava, obedecia, passava de ano, e só depois descobria que o mundo real não vem com manual.

Agora, a decisão do governo federal de permitir que estudantes do ensino médio do programa Pé-de-Meia escolham onde investir o dinheiro vai mudar esse roteiro. Não é só sobre rentabilidade, é sobre mentalidade.

O Pé-de-Meia é um programa do governo federal criado para estimular a permanência de estudantes de baixa renda no ensino médio. A lógica é simples: o aluno frequenta a escola, conclui etapas do ensino e, em troca, recebe depósitos periódicos que funcionam como uma poupança educacional. O dinheiro não é um prêmio imediato, mas um incentivo para reduzir a evasão escolar e dar algum fôlego financeiro no início da vida adulta.

Mais do que um benefício social, o Pé-de-Meia acabou se tornando, na prática, o primeiro contato de muitos jovens com dinheiro guardado em seu próprio nome. E é exatamente por isso que a mudança nas regras chama tanta atenção.

Até agora, os valores pagos ao longo do ensino médio ficavam obrigatoriamente na Poupança. Simples, conhecida, segura, e historicamente ruim de rendimento.

Com a nova portaria, os estudantes passam a poder escolher entre:

manter o dinheiro na Poupança

aplicar no Tesouro Selic, título público que acompanha a taxa básica de juros

A decisão vale tanto para valores já depositados quanto para os futuros. Tudo pode ser acompanhado pelo aplicativo Caixa Tem, que já faz parte da rotina de milhões de famílias.

Para menores de 18 anos, a escolha precisa de autorização do responsável legal.  E isso, por si só, já abre uma conversa MUITO IMPORTANTE dentro de casa.

À primeira vista, a discussão parece técnica. Selic, juros, imposto de renda, rendimento anual. Mas a mudança maior nem é só no percentual, e sim na mudança de processo mental que começa ali.

O jovem deixa de ser apenas alguém que “recebe um dinheiro no fim do ano”. Ele passa a ser alguém que escolhe o que fazer com esse dinheiro, e quando ele vê o mesmo dinheiro que estava lá parado rendendo praticamente nada, somando valores (mesmo que baixos) ao........

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