Uma compreensão visual e analítica do que está acontecendo no mundo

Uma compreensão visual e analítica do que está acontecendo no mundo

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E se Putin atacar a Europa com uma bomba nuclear?

Se a Rússia lançasse um ataque nuclear contra um país da OTAN, como os Estados Unidos, provocaria ataques nucleares da Aliança, num círculo de destruição.

Sempre que o mundo entra numa fase de instabilidade, o Ocidente é questionado. Mas o que significa isso? Para que serve o “Ocidente”?

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É verdade que “Ocidente”, por muito tempo, não foi o nome próprio de uma civilização, mas uma mera direção no mapa; um lado do mundo. Foi só muito lentamente, ao longo de séculos, que essa região passou a ganhar um repertório de ideias responsável por formar uma identidade coletiva.

Dos gregos, esse lado do planeta herdou a ideia radical de que a razão humana pode investigar a natureza, discutir a organização política e questionar a autoridade. De Roma, recebeu a instituição da ordem jurídica: leis gerais concebidas para serem colocadas em prática mesmo contra as autoridades. E do cristianismo extraiu uma noção ainda mais desestabilizadora: a de que cada indivíduo tem direito à dignidade.

Esse acúmulo cultural, fruto de diferentes movimentos, gerou um mundo onde, pela primeira vez, foi possível separar fé e razão, lei e autoridade, esfera pública e consciência individual.

Mas nada disso foi possível do dia para a noite. Foi só a partir do século 18 que o “Ocidente” começou a se parecer com aquilo que nós conhecemos hoje – quando a ideia de civilização entrou no centro do debate europeu.

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Nesse tempo, intelectuais passaram a falar da história como uma sequência de estágios, e a Europa começou a se enxergar como o ponto mais avançado desse percurso: a região onde floresceriam a razão, a ciência, o progresso e a liberdade. Na contramão, o “Oriente” passou a ser descrito como o espelho oposto de tudo isso.

É importante entender que a história econômica moderna é marcada por um capítulo conhecido como Grande Divergência. Por volta de 1500, havia muito pouco que separasse, em padrões de vida, o “Ocidente” e muitas das grandes civilizações da Ásia. Então, nos séculos........

© Estadão