Em 6 de setembro, publiquei neste Estadão o artigo Judiciários sob ataque: Bolsonaro, Bibi e Trump, em que aponto as semelhanças nas estratégias dos três líderes autoritários de atacar o Judiciário como forma de dilapidar os freios e contrapesos democráticos e ampliar o poder.

No final de novembro, esse processo ganhou um novo capítulo, tanto aqui quanto lá: a busca pela impunidade diante dos crimes cometidos contra as suas respectivas democracias. Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, seguiu os passos de seus correligionários internacionais e enviou ao presidente Isaac Herzog um pedido de indulto pelos crimes aos quais responde. Apesar das acusações contra Bibi estarem circunscritas sobretudo à categoria de corrupção, seus desvios visavam não apenas o enriquecimento ilícito. Três dos quatro processos versam sobre a tentativa de Netanyahu de corromper empresários e agentes públicos para garantir o controle sobre canais de televisão e jornais de grande circulação. A imprensa profissional israelense é especialmente........

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