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Por Entre Linhas e Ideias

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17.12.2025

Mas, afinal, existe mesmo o tempo? Convido os nossos leitores a juntarem-se a esta reflexão, proposta como pergunta da semana. A pergunta abre-se como um dos grandes enigmas da filosofia, porque o tempo condiciona a forma como existimos no mundo e, apesar disso, escapa sempre que procuramos compreendê-lo. Estamos habituados a medir horas e a quantificar dias, mas cedo percebemos que medir não é compreender, já que o essencial do tempo não se encontra nos relógios, mas na forma como cada instante se inscreve na nossa consciência e dá forma à própria experiência de existir.

Não é por acaso que alguns dos maiores pensadores da história se confrontaram com esta mesma dificuldade. Santo Agostinho afirmou, com uma sinceridade que ainda hoje nos surpreende: “O que é, afinal, o tempo? Se ninguém mo pergunta, eu sei; mas, se tento explicá-lo a quem mo pergunta, já não sei.” O nosso pensador, via o tempo como um movimento interior da alma, que retém o passado, projeta o futuro e se torna consciente no instante presente. Esta compreensão interior e psicológica do tempo encontraria novo desenvolvimento séculos mais tarde. Foi então que Immanuel Kant, o filósofo de Königsberg,........

© Diário do Minho