Ninguém conhece o Passos nesta estrada
No tema Retrato em Branco e Preto, Chico Buarque cantou, a propósito de uma separação, que “já conheço os passos dessa estrada, sei que não vai dar em nada, seus segredos sei de cor”.
De outro cidadão lusófono, português, mais novo e que preferiu fazer carreira na política, apesar dos dotes vocais, conhecíamos de cor os seus silêncios, prolongados e frequentes desde que abandonara a liderança do PSD, após tornar-se o primeiro-ministro que não pôde continuar a sê-lo, mesmo sendo o mais votado pelos portugueses. Apenas uma das injustiças que ele pode apontar a um destino que lhe trouxe uma tragédia familiar que se desenrolou em paralelo com as agruras de uma governação em circunstâncias excruciantes.
Haverá neste momento muita gente acometida de uma incomensurável nostalgia por aquele tempo em que Passos Coelho, não obstante a voz de barítono que chegou a chamar a atenção do encenador de musicais Filipe La Féria, primava pelo silêncio. Aquele que abandonou na campanha........
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