Tempo de vésperas
Estamos naquela janela fundamental em que ainda é possível fazer alguma coisa para se evitar o pior - mas a margem para correr bem é cada vez mais curta.
O título que escolhi para a crónica remete para uma alusão a um livro de 2001 do prof. Adriano Moreira, cirurgicamente citado na Introdução de A Guerra que Aí Vem: “Quando fizeres uma previsão, será bom que seja de longo prazo, para já não estar cá ninguém que se lembre dela quando chegar o tempo de se concretizar”.
Mas o título do livro de António Telo e João Vieira Borges, como bem lembrou o Major-General Arnaut Moreira na apresentação feita na semana passada no Grémio Literário, “já nem exige um ponto de interrogação, muito menos reticências”.
Estaremos, então, neste inquietante tempo de vésperas para A Guerra Que Aí Vem, anunciada na obra com a chancela da Tribuna da História. João Vieira Borges, Major-General do Exército, é presidente da Comissão Portuguesa de História Militar e coordenador do Observatório de Segurança e Defesa da SEDES. António Telo foi professor associado e catedrático na Academia Militar nos últimos 25 anos.
Ambos avisam-nos para “uma coisa extraordinária na Europa”. Qual é ela? “O normal numa qualquer crise importante é os responsáveis políticos dizerem: ‘calma; isto não é grave; tudo se vai resolver…”; ao mesmo tempo, o comum dos mortais olha para o céu onde se acumulam nuvens negras, e acha que é capaz de não ser somente uma amena chuva primaveril que aí vêm. Hoje acontece o contrário. Os principais responsáveis políticos europeus falam da imensa tempestade que se aproxima e dos seus perigos e o comum dos mortais encolhe os ombros, como se isso não fosse........
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