Juntos, sobrevivemos a um 2023 de agruras, com golpismo e deslizamentos
Escrevi o ano de 2023. Como um texto, fluiu entre seus períodos os sentidos que guiaram leitores e leitoras pelas conversas de calçada, sala, laje, cabeleireira, mercadinho, bar, rua, ponto de ônibus, feira, fila da lotérica, do SUS, que pude conversar.
Desde minha primeira introdução nesta coluna, marquei meu tópico frasal, diversidade como estratégia de sobrevivência. No capítulo deste ano, muito se registrou neste sentido.
Impossível não recordar do atacado janeiro que apanhou de uma parte da classe média rendida ao golpismo. Na incapacidade de imaginar, bestializou-se. Do rancor se fez o crime, e agora pagam por seus atos. Tão impossível quanto esquecer seria não escrever e registrar no tempo e espaço o ocorrido.
E por que escrevemos? Num convite à reflexão, espalhou-se o emaranhado de respostas em direção ao permanecer na história, com o saber olhar para os cantos que ninguém vê. Um deles se encontrava nos bares das periferias, ao fundo, com mirar apático.
Mais
Depressão, ansiedade, homens marcados pela pobreza e suas faltas. Gente sem condições cuja vida era soterrada, de catástrofe em catástrofe, pelo descaso. Gente que parece ter sido feita para morrer tragicamente, como nos deslizamentos ocorridos no litoral de São Paulo. Cantos sufocados.
Em situações assim o que resta são as pessoas e seus pactos........
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