A magia do cochilo: por trás das 'siestas' espanholas
É patata: depois do almoço na casa dos meus sogros espanhóis, vamos todos pro sofá tomar chazinho e, infalivelmente, a conversa começa a arrefecer até eu notar um hharhrhrhrmmmm suave -- é meu sogro dormindo sua sagrada siesta.
Vinte minutos depois, lá está ele desperto de novo e reintegrado ao papo. Fresco y serelepe como a rosa no cabelo da dançarina de flamenco.
Cada vez mais estudos indicam que a soneca da tarde pode ter inúmeros benefícios para a saúde: aliviar o estresse, melhorar a performance cognitiva e física, fortalecer a imunidade, favorecer a longevidade etc etc. Pra alguns, poderia ser a salvação para noites maldormidas, névoas mentais, burnouts, demências, unha encravada y dores de amores. A siesta está na moda, a siesta é o novo Elixir Mágico.
((Ok, vamos combinar que poucos nessa vida capitalista de meo deos podem se dar ao luxo de cochilos vespertinos. Mas, por um momento, podemos também fantasiar que todos trabalhamos pro Google e temos à disposição uns "nap pods", essas cápsulas de dormir retrofuturistas em forma de bolha, pra dar uma dormidinha amiga no trabalho --))
A Espanha é conhecida como a terra mitológica da siesta. Ora, ce pode estar concluindo então que o povo aqui está entre os seres mais privilegiados e saudáveis do planeta.
Mas, pasme. Segundo dados da BBC, apenas 18% dos espanhóis contemporâneos praticam uma cabezada vespertina. 60% dos entrevistados declararam jamais recorrer a sonecas diurnas.
De onde vem então essa fama da siesta espanhola?
A origem do hábito, dizem, remonta ao Império Romano. A palavra vem do latim para "sexta", em referência à sexta hora da manhã, calculada em função da posição do sol. Hoje, corresponderia a algum horário entre 13h e 15h da tarde, dependendo da época do ano.
Na Espanha, o termo recobrou popularidade depois da Guerra Civil. Nessa época, país em crise, tornou-se comum ter mais de um emprego pra sobreviver, e a siesta era simplesmente mas importantemente o momento de descanso entre jornadas.
"Era habitual que um empregado de banco trabalhasse de 8 a 14h e depois em um escritório de 16h a 20h", afirma Nuria Chinchilla,........© UOL
visit website