Ex-chefe do Incra que paralisou reforma agrária vira secretário de Tarcísio
A pouco mais de dez meses das eleições de 2026, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) anunciou uma troca no comando da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. O empresário Guilherme Piai Silva Filizzola deixará o cargo para se candidatar a deputado federal. Assumirá a pasta Geraldo Melo Filho, ex-presidente do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) no governo Jair Bolsonaro. Segundo a Secretaria de Agricultura, ele assume a pasta no início de 2026.
Melo Filho é diretor-geral do IPA (Instituto Pensar Agropecuária). Braço técnico e ideológico da bancada ruralista no Congresso Nacional, o IPA é financiado por grandes entidades empresariais, como a Abia (Associação Brasileira da Indústria de Alimentos) e a Croplife, representante de multinacionais fabricantes de agrotóxicos. No período em que foi comandado por Melo Filho, o Incra paralisou a criação de novos assentamentos. A gestão concentrou esforços no Titula Brasil, criado para repassar a propriedade definitiva de terras públicas a famílias já assentadas.
Na época, o programa foi alvo de críticas de movimentos sociais e organizações da sociedade civil. Na avaliação da Abra (Associação Brasileira de Reforma Agrária), ao se focar na transferência da escritura definitiva da terra para os agricultores familiares, o Titula Brasil esvaziou políticas públicas de infraestrutura, de assistência técnica e de linhas de crédito voltadas a esse público. Veja outros detalhes abaixo.
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A indicação de Melo Filho para a pasta da Agricultura reforça o elo político de Tarcísio com empresários do setor, já contemplados pelo governador em um polêmico projeto de regularização de 220 mil hectares ocupados por 5 mil propriedades. Movimentos sociais afirmam que o programa teria legalizado a "grilagem", como é conhecida a apropriação irregular de terras públicas.
A Secretaria de Agricultura do governo paulista contesta as críticas. Em nota, a pasta afirma que a política paulista de regularização fundiária é "conduzida com base em critérios técnicos, legais e transparentes".
"Desde o início do programa, cerca de 90% dos beneficiados são proprietários de pequenas e médias propriedades rurais, o que evidencia o caráter........





















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