Cultura para cafonas
Meu amigo Sérgio Rodrigues protestou outro dia ("Vandalizar livros é a última moda", 24/10) contra os decoradores de ambientes que destroem livros para usá-los como objetos de adorno em casas de novos-ricos. Capas, lombadas e contracapas, pela incômoda variedade de cores, são arrancadas para que pilhas de seu miolo, convenientemente monocromático, enfeitem paredes. É uma tendência, e das mais lucrativas.
O cliente que aceita isso de seu decorador passa um atestado de cafona para si próprio. Ninguém é obrigado a gostar de livros, mas quem vê neles objetos de decoração é porque desconfia que devam conferir algum prestígio. Mas, se os livros só servirem para enfeitar uma parede, e aos pedaços, vamos todos sentar no meio-fio e chorar.
O desprezo pelo objeto cultural não se limita aos livros. Há não muito, vi num sebo de São Paulo........
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