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Os dilemas da esquerda contemporânea

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13.06.2024

As eleições para o parlamento europeu realizadas no último dia 09 sinalizam para aquilo que qualquer observador minimamente atento à cena política contemporânea já percebeu faz tempo: a força da nova extrema direita não é nuvem passageira. Veio para ficar no ecossistema político-ideológico mundial e nada indica que essa situação mudará no curto prazo.

Os reveses eleitorais de Trump nos EUA, em 2020, e de Bolsonaro no Brasil, em 2022, não significam que as forças democráticas conseguiram recuperar o terreno perdido. O próprio Trump é favorito para as eleições estadunidenses neste ano de 2024. Milei venceu na Argentina. O bolsonarismo continua forte no Brasil. Agora, partidos de extrema direita passam a controlar 21% do parlamento europeu, numa contundente derrota para os governos francês e alemão. Olaf Scholz e Emmanuel Macron estão em maus lençóis, assim como Biden nos EUA e Lula no Brasil. A única exceção parece ser o México, onde López Obrador elegeu com facilidade sua sucessora, Cláudia Sheinbaun. Precisamos, urgentemente, estudar o México com mais atenção.

Apesar de ser um fenômeno mundial, essa nova extrema direita assume feições específicas em cada país. Neste texto, quero mirar o caso brasileiro, apontando aqueles que me parecer ser os principais dilemas das esquerdas nacionais. Quero jogar luz sobre os gargalos, sobre aquilo que precisa ser resolvido no curto prazo, se não quisermos ver a derrota de Lula em 2026, em exercício de mandato e no controle da máquina. Sem dúvida, seria a maior derrota já imposta à democracia brasileira, pior até que o golpe de 1964.

Alguns desses dilemas também se aplicam às esquerdas de outros países. Deixo claro quando for o caso. Então, vamos lá, por partes:

1) A dificuldade em apresentar um projeto próprio para a sociedade, e isso acontece também em outros locais do mundo. Cada vez mais, a........

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