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Cidade do Diabo a Quatro e Capital das Abobrinhas

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03.03.2024

Depois de ver na TV, há pouco tempo, a cidade de Osasco se proclamando “Capital do Cachorro Quente”, volto a um assunto que já andei publicando por aí...

No Brasil, existia (quer dizer, existe) uma mania de “apelidar” cidades com apodos como “Cidade Canção”, cidade isso, cidade aquilo. Uma porrada delas se intitulava “Cidade Sorriso”. Uma delas, lá pelos anos 1960, era Araguari, onde tinha um matadouro de cavalos, para exportação da carne, e os moradores das cidades vizinhas gozavam chamando-a de “Cidade Só Rincho”.

Mas fora do Brasil também acontece isso. Basta lembrar Paris, a “Cidade Luz”. Bangcoc, capital da Tailândia, tinha um monte de apelidos, entre eles “Armazém Supremo das Jóias Divinas, Grande e Proeminente Mundo, Terra Inconquistável, Grande Cidade dos Anjos, Real e Deliciosa Capital Cheia de Gemas Nove Vezes Maiores, Morada do Encarnado, Abrigo Divino e Mais Alta Moradia Real e Grande Palácio”. Vixe! Quem decorava isso tudo?

Mas voltemos ao Brasil.

Quando criança, minha cidade, Nova Resende (que se intitulava “Terceira Cidade Mais Alta do Brasil” — embora sua classificação fosse boa, não era o terceiro lugar, só que não havia informação sobre isso), a gente tinha pouca ligação cultural/esportiva com Belo Horizonte. As emissoras de rádio da capital mineira não pegavam lá. Ouvia-se muito as emissoras do Rio de Janeiro (principalmente a Rádio Nacional) e de São Paulo. Então, tinha um ou outro torcedor do Atlético Mineiro e do América (o Cruzeiro só ficou grande depois), mas torcia-se mais por times paulistas (Corinthians, Santos e São Paulo — embora tivesse descendentes de italianos lá, o Palmeiras não aparecia na lista) e cariocas (Vasco, Fluminense e Botafogo — estranhamente, não tinha torcedor do Flamengo).

Não havia televisão e a gente acompanhava pelo rádio os jogos dos campeonatos paulista e carioca, não existia o campeonato brasileiro. E os locutores paulistas gostavam de dar títulos às cidades em que ocorriam os jogos.

Quando iam transmitir jogos do Guarani ou da Ponte Preta, por exemplo, chamavam Campinas de “Cidade das Andorinhas”. Bauru era a “Cidade sem Limites”. Araraquara era a “Morada do Sol”. Piracicaba era a “Nova das Colinas”, e São Paulo era a “Cidade da Garoa”, mas falavam também, com orgulho, “A cidade que mais cresce no mundo”.

Ah... E quando iam falar do Rio de Janeiro, logo vinha o epíteto “Cidade Maravilhosa”.........

© Revista Fórum


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