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Presentes diplomáticos e identidade portuguesa

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25.07.2024

A oferta, por parte de D. Manuel I (1469-1521), de um elefante ao papa Leão X (1475-1521) terá sido o presente mais mediático de um monarca português durante toda a Época Moderna. Em 1513, o rei de Portugal enviou uma embaixada de obediência ao sumo pontífice, encabeçada por Tristão da Cunha, a qual desfilou na cidade de Roma, no ano seguinte. O cortejo integrava um elefante oferecido pelo rei de Portugal ao sumo pontífice por ocasião da coroação deste, o qual foi conduzido por um indiano, um nair ou mahout, proveniente de Goa, vestido de acordo com os usos locais. Esta comitiva exótica teve uma função propagandística utilizada para construir positivamente a imagem do rei e do reino.

O paquiderme, a quem Leão X deu nome de Hanno, ficou alojado no jardim papal do palácio de Belvedere e, posteriormente, foi mudado para um edifício localizado na praça de São Pedro. Participou inclusivamente em procissões. As fontes que descrevem esta embaixada e o impacto que o animal causou, inclusivamente nas artes e nas letras, quer durante a viagem quer em Roma, revelam o quão impressionante foi a observação do animal. Além do elefante seguiram outros bichos incluídos no régio presente, designadamente antílopes, gazelas, macacos e papagaios. Leão X pôde, deste modo, aumentar os efetivos do seu jardim zoológico, que contava com aves, macacos, leões, leopardos e ursos, de entre outros, habitualmente reforçado com espécies provenientes das ménageries da sua família, estante em Florença.

O elefante Hanno imaginado por Bernini. Escultura do século XVII. Fotografia de IDB.

A partir do final de Quinhentos, os vários reinos europeus........

© Observador


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