NATO, UE e a defesa do mar profundo
A recente visita do Secretário-Geral da NATO, Mark Rutte, ao Parlamento Europeu deixou bem vincada a importância do reforço da cooperação entre a NATO e a União Europeia (UE), num tempo em que os desafios à segurança comum são muitos e de origens variadas. Rutte enfatizou que não estamos a investir o suficiente na nossa segurança e defesa, deixando subentendido que valores de investimento anuais inferiores a 3% do PIB são insuficientes. Salientou, igualmente, que as ameaças não provêm, exclusivamente, da fronteira de leste.
A UE enfrenta desafios crescentes em matéria de segurança e defesa, num cenário global marcado por tensões geopolíticas e ameaças híbridas cada vez mais sofisticadas. Entre estas, destaca-se a vulnerabilidade das infraestruturas submarinas, nomeadamente os cabos de telecomunicações e de energia, que constituem a espinha dorsal das comunicações globais e da economia moderna.
Apesar de não serem literalmente visíveis, estas infraestruturas são fundamentais para a estabilidade económica e política da região euro-atlântica. A rede global compreende, aproximadamente, um milhão de quilómetros de cabos submarinos a interligar os 5 continentes. Estima-se que estes suportem mais de 97% do tráfego global de Internet, desempenhando um papel vital para as operações governamentais, transações financeiras e comunicações pessoais. Além disso, os cabos........
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