Na tentativa de homenagear e estimular a participação dos estudantes na vida escolar e na sociedade, valorizando a democratização do ensino e a ligação do corpo discente à comunidade, a Assembleia da República instituiu, a 1 de junho de 1987, por via da Lei nº 19/87, o dia 24 de março como o Dia Nacional do Estudante.

As memórias que ainda retenho do período em que não vivenciei este dia enquanto estudante já se encontram esbatidas – nos últimos 17 anos da minha vida percorri os diferentes graus de ensino do nosso sistema educativo nos mais diversos contextos. Observei de perto a realidade da escola pública, que frequentei durante os primeiros doze anos da minha formação, e tenho vivido, durante os últimos anos, uma experiência universitária no ensino privado.

A vida de estudante, que caminha lado a lado com a existência de qualquer jovem nos seus anos de desenvolvimento, permite-nos, mesmo em cenários tão díspares, ter experiências muito semelhantes. O silêncio ensurdecedor que invade a sala quando o professor coloca uma questão onde a resposta é desconhecida por todos. A dificuldade de conciliar opiniões, agendas e vontades na elaboração de um trabalho de grupo. A sensação de injustiça e desespero quando a nota obtida não corresponde ao empenho que tivemos. A maneira como parece que o mundo nos olha, mesmo sem cruzar olhares, quando se está a escolher alguém para responder. A felicidade instantânea que sentimos quando a pergunta do teste é tão idêntica àquela que tínhamos visto no dia anterior. O nervosismo que nos suspende a respiração antes de uma apresentação à turma. A ansiedade que nos assola quando estamos prestes a receber a nota de um qualquer momento de avaliação. Ou, até mesmo, a frustração que sentimos quando, apesar de termos procrastinado ao........

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