A berração
Pessoalmente, causou-me uma certa repulsa. Não sei quanto a si. Um deputado da nação atacar outro por causa de uma insuficiência? Um de 230 eleitos para a honra de representar 10 milhões, para o dever supremo de defender um povo que, generosamente, lhe deposita nas mãos essa responsabilidade, usar esse lugar, esse tempo e o dinheiro que lhe é pago para querer calar alguém que não teve a sorte de nascer com as mesmas capacidades? A deputada Ana Sofia Antunes devia ter vergonha de tratar assim a bancada do Chega. Ela pode não ter visão, mas não tem o direito de tratar assim quem, tendo-a, não consegue ver a triste figura que anda a fazer.
Ao que as bancadas se vão queixando e a imprensa relatando, é um hábito que se instalou na Assembleia: o dos comentários, bocas e insultos permanentes, atirados pelos deputados do Chega, de microfone desligado, enquanto os outros tentam falar. Desta vez, poderá ter ido mais longe, com palavras como “aberração”, “drogada” ou “pareces uma morta”, a saírem em direcção à bancada do PS, numa discussão que começou com a acusação lançada a uma parlamentar invisual congénita de, alegadamente, só intervir quando os........
© Observador
