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Ponto por ponto

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25.08.2024

1 - Conheci a família Moscoso (nome fictício) já na decadência financeira. Era uma família muito abastada com casas na cidade, na aldeia e na praia. Na aldeia, vivia num bom solar. A fachada da casa era de arquitectura vistosa, imponente para o local, com muitas divisões e com uma capela engraçada no interior. O solar tinha, nas suas traseiras, uma grande quinta de terra fértil e bem prendada com águas de mina. Era uma casa de gente rica. A senhora da família era tratada respeitosamente pela “menina do Moscoso”, o que lhe dava um ar mais aburguesado. O casal tinha dois rapazes e três donzelas. O marido era mestre-escola e um viciado em jogos de casino. Em pouco tempo, o desgraçado deu cabo de tudo. A família para sobreviver tudo vendeu. Tudo mesmo. Até o soalho de castanho foi arrancado para comprar umas migalhas de pão. A família passou a mendigar e nunca mais recuperou a sua condição de abastado. Cheguei a ver o filho mais velho a vender gelados e “língua da sogra” na praia da Póvoa de Varzim. O outro, militar miliciano, sucumbiu na Guiné. As “meninas” deixaram de ser........

© Diário do Minho


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