100 dias de Governo: zero para a Defesa
O arranque de qualquer novo ciclo político é habitualmente marcado por um conjunto de ações com as quais se pretende demonstrar como será a nova liderança. Nessa fase de arranque e afirmação, deve mostrar-se assertividade e determinação com vista a contagiar positivamente o ambiente que o rodeia, produzir uma agregação de esforços suplementar junto das equipas com as quais se trabalha e convencer os mais céticos.
Dito isto, é chegada a altura de fazer um balanço de 100 dias, nas mais diversas áreas de governação. Vejamos o arranque na área da Defesa Nacional, área liderada pelo Ministro Nuno Melo, também líder do CDS-PP.
Faremos esta análise em três eixos principais:
1. Ao nível do conteúdo programático - com uma análise à implementação de propostas do Programa do Governo.
Neste ponto, e à semelhança do programa eleitoral da AD, o Programa do Governo na área da Defesa Nacional é uma espécie de “manta de retalhos”, com uma lista de medidas relativamente avulsas, sem estruturação político-concetual que nos permita entender de forma clara quais são os seus eixos prioritários de intervenção.
Há nitidamente uma falta de visão estratégica para o setor, mas também de compromisso com os parceiros, de medidas concretas e eficazes para resolver os grandes problemas dos militares e das Forças Armadas Portuguesas (FA).
Ao invés, temos ideias avulsas, sem reflexão e profundidade, que são veiculadas em conferências e outros eventos aqui e ali, como aconteceu com a questão do recrutamento de jovens “delinquentes” para as FA.
Na verdade, o Programa do XXIV Governo português tem apenas duas páginas com medidas genéricas, avulsas e algumas abstratas para a área da Defesa Nacional, mostrando bem o........
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