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Mercosul, garante da paz

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01.02.2025

JOSÉ SARNEY — Ex-presidente da República, escritor e imortal da Academia Brasileira de Letras

As raízes do Mercosul remontam ao meu primeiro encontro com Raúl Alfonsín, em Foz do Iguaçu, novembro de 1985, quando lhe propus que encerrássemos essas equivocadas divergências históricas que mantinham nossas relações cheias de atrito. Disse-lhe que ninguém podia modificar a geografia. Nossos territórios eram contínuos e fomos destinados a viver juntos. Alfonsín me respondeu que suas ideias eram as mesmas. Firmamos, então, o Documento de Iguaçu, documento fundacional, e abordamos o problema nuclear com que alguns setores militares estavam empenhados, desenvolvendo um artefato nuclear, bomba atômica, visando um status de potência militar.

Assim, o que veio a ser o Mercosul não era somente um desejo de construir um espaço econômico, mas o de construir uma unidade, a integração latino-americana, o que, no futuro, seria o Mercado Comum da América do Sul, com integração física, cultural, política e econômica. Minha ideia era a de repetir o que fora feito no começo do Mercado Comum Europeu, no acordo do aço entre a Alemanha e a França, para superar as divergências e rivalidades entre os dois países. Esse exemplo nos levou a buscar acabar com as divergências entre Brasil e Argentina.

Assim, cabe-me defender o Mercosul. Alfonsín, onde estiver, dar-me-á procuração para tomar a mesma atitude. Ao........

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