Nem Toda a Luz Vem da Rede Elétrica
O apagão chega como um corte abrupto da rotina. Silencioso ou estrondoso, escurece tudo: casas, ruas, conexões. A informação, por mais que de forma instável, se espalha rápido e a notícia de que não foi só em uma zona, em uma cidade ou em um país – assusta.
E mesmo sem sabermos o que efetivamente ocorreu, sabemos o que faltou: luz, sim, mas também previsibilidade, controle, planos.
No início, há inquietação. Um mês após a indicação da União Europeia, de que seus cidadãos deveriam ter um kit de sobrevivência de 72 horas, os supermercados enchem, as prateleiras esvaziam, os multibancos ficam sem dinheiro e as bombas de combustível sem gasóleo. O caos se instala.
Percebemos, quase que por choque, que não estamos preparados. Não há geradores em casa. O telemóvel descarrega e ninguém pensou no powerbank. A água engarrafada acaba em minutos. Descobrimos que, na pressa da rotina moderna, deixamos de lado o básico.
Sem acesso à internet ou à televisão, e sem comunicação clara das autoridades, o cidadão fica à mercê de boatos, especulações e fake news. A confiança treme. Cresce o medo, o pânico, a sensação de........
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