As linhas vermelhas viraram-se contra o criador
O PS colocou-se nas mãos do Chega. É irónico mas está a acontecer. Durante anos o PS insuflou o Chega. Acreditavam os socialistas que Ventura tinha a personalidade e o discurso qb para ir corroendo eleitoralmente o PSD. Na verdade resultou. À medida que o Chega crescia, os socialistas, devidamente acolitados pela demais esquerda e também por alguma direita, criavam o tabu das linhas vermelhas. Todos os dias o líder do PSD tinha de garantir que nunca se aliaria ao Chega por palavras, actos ou omissões. Montenegro, qual penitente, afiançava que “não é não” e logo tinha de repetir outra vez porque o não nunca parecia suficientemente não.
Tudo isto parecia confirmar o brilhantismo da táctica dos socialistas. O que estes estranhamente nunca parecem ter antecipado é que o Chega se podia vir a tornar um problema para eles, socialistas. Mas é isso que está a acontecer agora. Pior, para desconcerto dos socialistas, a eles não lhes basta dizer “não é não” como exigiam a Montenegro porque muito prosaicamente o que Pedro Nuno Santos diga não conta para nada: Ventura decide se vota ou não ao lado do PS, o embaraço esse fica por conta dos socialistas. O “não é não” que os socialistas exigiam a Montenegro deu lugar a um embaraçoso “sim é sim” com que Ventura........
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