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A desmemória 

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26.05.2024

O último debate entre os candidatos às europeias ficou resumido assim: “Aborto deixou Bugalho embaraçado no último debate a quatro” (Público); “Bugalho chocou com a esquerda por causa do aborto mas deixou um compromisso para as mulheres” (CNN); “Num debate ao ritmo dos candidatos, aborto e Von der Leyen puseram todos contra Bugalho” (Expresso)…

Bugalho disse o óbvio: a IVG é um equilíbrio entre dois direitos. Mas não disse tudo. Sobretudo não disse que nesta matéria Marta candidata desmentia Marta ministra e que Catarina Martins se fazia de esquecida por razões tácticas.

Recuemos a 10 de Maio de 2022. No parlamento a então ministra da Saúde irrita-se. Com quem? Com Catarina Martins, a então líder do BE. Em causa estava a proposta da Administração Central do Sistema de Saúde relativa a novos critérios para avaliação das equipas nas Unidades de Saúde Familiar. O Público revelara na sua primeira página que um dos critérios a utilizar nessa avaliação seria o do número de interrupções voluntárias da gravidez realizadas pelas utentes. A equipa médica perderia o direito a um valor adicional ao salário base se as pacientes tivessem feito abortos ou tivessem contraído doenças sexualmente transmissíveis nos doze meses anteriores. Como se percebe esta proposta gerou uma polémica imediata, quanto mais não fosse porque os médicos e os demais membros das equipas das Unidades de Saúde Familiar acabavam a ser penalizados por circunstâncias que não controlavam. A pedido do mesmo PSD que agora integra a coligação por que se candidata Sebastião Bugalho, e que por obra e graça mediática está transformado em ogre machista anti-direito à IVG, a 10 de Maio de 2022 Marta Temido foi à comissão parlamentar de Saúde. Foi aí que aconteceu o enfrentamento com Catarina Martins que a acusou de pretender “um policiamento do corpo das mulheres”. A ministra argumentou que se estava a tratar simplesmente duma proposta feita por uma comissão técnica, condenou “veementemente quem ache que está aqui alguma penalização ou condenação de alguma mulhere esclareceu:Acho........

© Observador


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