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Aguiar-Branco: nasceu uma estrela!

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03.05.2024

Nota Prévia: A maioria das listas portuguesas ao Parlamento Europeu procurou perfis mediáticos. A grande novidade é Sebastião Bugalho, vedeta do comentariado nacional que sempre esteve mais perto da política do que do jornalismo. Jovem e inteligente, tem potencial, mas veremos se tem estofo de ganhador. É uma aposta de risco que Montenegro assumiu com rara coragem. Ao ir buscar Marta Temido, Pedro Nuno Santos (PNS) não pensou muito diferente de Montenegro. Temido é uma vedeta da política, apesar de ter sido uma ministra da Saúde medíocre. Chorou, comoveu-se e comoveu o povo. Foi salva do naufrágio das vacinas por um bravo Almirante, mas afundou-se umas milhas adiante. Temido dividia o PS em Lisboa, onde admitia concorrer contra Moedas. Acabou despachada para a Europa com Assis e Ana Catarina Mendes logo a seguir na lista. PNS foi valente. Varreu a tralha socrática e os resíduos costistas que lá andavam. Já o PCP brinda-nos com um clássico conhecido. João Oliveira, apesar de jovem, está completamente datado. Não gosta de modernices e tem saudades do Pacto de Varsóvia, que permitia que os camaradas soviéticos tivessem o seu espaço vital (nisso faz lembrar Sousa Tavares). No Bloco de Esquerda funcionou a porta giratória. Lá vai Catarina Martins com nova imagem para render Marisa Matias, que veio para o parlamento de cá. Catarina também é uma vedeta de TV. Tem assento na SIC e estudou para atriz. O Chega, esse, foi apanhado em contrapé. Ventura foi buscar o embaixador Tânger Correia, um desconhecido fora da diplomacia. Vai ser o caudilho a fazer-se à estrada, o que começa a cansar. O Livre fez um referendo. Ganhou um tal de Paupério, depois de alguma polémica. Não se sabe o que a criatura pensa. Mas como tem nome de umas bolachas deliciosas pode ser que convença o paladar político do eleitor. Sabia-se há muito que seria Cotrim de Figueiredo a representar os liberais. Abandonou a liderança porque estava cansado e sem vida própria. Pelos vistos, recuperou e segue para a cadeira de sonho. Tem boa imagem e é competente, com vida profissional de sucesso. O problema é que o partido dá sinais de cisão interna cada vez mais óbvios. As eleições europeias não são mobilizadoras. Geram abstenções fenomenais. O Governo está a montar uma gigantesca operação informática para facilitar o voto, a 9 de junho. É um esforço democrático. Esperemos que não esteja a ser feito por ajuste direto, a fim de evitar problemas adiante com o Ministério Público. Se a operação for bem-sucedida, pode-se votar por antecipação, em mobilidade (qualquer mesa) ou no sítio do costume. Quem se abstiver deixa outro decidir por si.

1. Aguiar-Branco sobressaiu positivamente nos últimos dias. Aconteceu por mérito próprio e porque outros não souberam estar à altura do que deles esperávamos e ao que nos tinham em geral habituado. Já o Presidente Marcelo semeou confusão com o despropositado tema das indemnizações coloniais (todos os povos hão de ter sido colonos ou colonizados num dado momento). O Governo foi obrigado a vir a público esclarecer que não está, nem nunca esteve em causa, um processo de reparação do passado colonial. Limitou os danos. Fez muito bem. Não se julga a História com os critérios de hoje. De resto, Portugal deixou muita coisa intacta nos países que criou. E atualmente apoia milhares dos seus naturais em múltiplos programas e setores, designadamente a saúde, sem contar com o acolhimento de imigrantes com facilidades especiais. O Presidente Marcelo fez ainda declarações políticas desastradas sobre António Costa e Montenegro. Tudo num único jantar de quatro horas com jornalistas estrangeiros. Teve a sua semana “horribilis”. Até o discurso dos 50 anos do movimento militar ficou aquém da qualidade habitual. Parece desgastado, passando da euforia à depressão. O corte com o filho por causa do caso das gémeas pesa muito. Também por isso, Aguiar-Branco destacou-se. Soube estar e soube falar. A sua intervenção foi reconhecida por todos como inteligente,........

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