Linhas de ruptura nas legislativas
Poderá soar pesado designar os novos contrastes em democracia como “linhas de ruptura”, mas a força da expressão é apropriada, tanto pela sensação de fim de ciclo e reivindicação de mudanças drásticas por alguns sectores da sociedade, como pelo tipo de polarização extremada que marca o discurso público contemporâneo.
Para além das clássicas dicotomias entre esquerda e direita, espaço urbano e espaço rural, socialistas e capitalistas, progressistas e conservadores, ou entre democracia e autoritarismo, existem hoje novos motivos de divisão e de mobilização política muito mais complexos que, geralmente, passam ao lado do discurso mediático e das mais usuais interpretações dos analistas políticos.
Num contexto de intensa fragmentação social e diversificação de fontes de informação, as linhas de ruptura e motivos de mobilização que tentamos interpretar são cada vez mais fluídos e temporários. Ainda assim, destacam-se algumas tendências que ajudam a ler a realidade nacional.
Uma das actuais linhas de ruptura mais flagrantes na sociedade é a ruptura entre gerações. O eleitorado jovem sente-se mais cativado por desígnios de transformação, tanto no sentido das reformas económicas mais liberalizantes, como também no........
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