Ibaneis Rocha, uma ausência previsível no evento de 8 de janeiro - Capítulo 6
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É possível que amanhã (08/01), quando os cerca de 500 convidados para o ato de celebração à Democracia, intitulado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de: “Democracia Inabalada” estiverem perfilados para a abertura do evento, ao som do Hino Nacional, os presentes deem pela falta de oito governadores. Um deles, Ibaneis Rocha (MDB), do Distrito Federal, palco do evento.
Ao contrário do dia 9 de janeiro de 2023, quando acorreram a Brasília 27 governadores, de regiões de Norte a Sul do País, e ainda pisando em cacos de vidro atravessaram a Praça dos Três Poderes ao lado de Lula, para demonstrar apreço a ela, a democracia, nesse 8 de janeiro as diferenças políticas estão sendo colocadas acima desta convicção. Já não se sentem no dever de deixar claro que é preciso respeitar a Constituição e o Estado de Direito, independente das colorações partidárias.
Por enquanto, ao que se sabe, não comparecerão: Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo; Ibaneis Rocha (MDB), governador do Distrito Federal; Gladson Cameli (PP), governador do Acre; Paulo Dantas (MDB), governador de Alagoas; Ronaldo Caiado (União Brasil), governador de Goiás; Mauro Mendes (União Brasil), governador do Mato Grosso; Eduardo Riedel (PSDB), governador do Mato Grosso do Sul e Ratinho Jr (PSD), governador do Paraná. O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, é dúvida.
Os motivos alegados para faltar à cerimônia são os mais variados, mas no fundo a razão é uma só: os olhos de todos estão postados nas eleições municipais deste ano e nas consequências de cada escolha que façam, para os candidatos ao cargo de prefeito, dos seus partidos. Afinal, ao virar o ano foi dada a largada pela caça aos eleitores. Desses, apenas o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, tem a razão de sua ausência explicitada. Nessa semana, o presidente Lula, em uma entrevista ao jornal O Globo, disse desconfiar que ele (Ibaneis), Bolsonaro e a Polícia Militar do DF (que responde ao governador), estavam no “pacto” golpista para tirá-lo do poder. Oficialmente, o governador disse que não irá porque está fora do país, em férias.
Então ficamos combinados assim, mas há muito mais nesta ausência de Ibaneis Rocha, do que foi repassado à mídia por sua assessoria. Na verdade, o governador do Distrito Federal é suspeito de ter, no mínimo, se omitido naquela tarde de horror.
A desconfiança se justifica. Ibaneis foi eleito tendo como padrinho o ex-presidente Jair Bolsonaro. Ao assumir, ainda que soubesse estar desafiando o ministro da Justiça que chegava (Flávio Dino), e que já alertara sobre a inconveniência de nomear o seu antecessor, Anderson Torres, para o cargo de Secretário de Segurança do DF, o fez mesmo assim.
Anderson Torres foi uma das primeiras autoridades exoneradas pós conflito do 8 de janeiro. A exoneração de Torres foi assinada por Ibaneis Rocha na madrugada de domingo para segunda. Em seguida o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou o afastamento do governador por 90 dias. Assumiu o cargo a sua vice, Celina Leão (PP), também adepta do bolsonarismo.
Na casa do ex-ministro Anderson Torres foi encontrada uma minuta do golpe - ao que tudo indica, elaborada sob a orientação do juiz direitista Ives Gandra -, além de ter tido um comportamento leniente. Tinha férias para tirar na segunda-feira, dia 9, mas viajou já na sexta-feira (06/01), para o mesmo condomínio em Orlando (EUA) onde se encontrava o ex-presidente, em fuga.
Para o seu cargo, Torres nomeou o delegado Fernando Sousa Oliveira, a quem não deu nenhuma orientação sobre o “Plano Escudo”, arquitetado uma semana antes, pelos órgãos de segurança, o ministério da Justiça, Gabinete de Segurança Institucional e........
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