A (ir)racionalidade do mercado
O mercado é palco de todos os sonhos, porém a abordagem deve ser sobretudo racional. Não só pelo lado financeiro, mas também pelo respeito pela política desportiva delineada
A pré-época traz sempre elevadas expetativas. Para jogadores, treinadores, dirigentes e, claro, para os adeptos. Se tem decaído o interesse nas grandes competições, sobretudo naquelas que, durante a infância, nos deixavam a sonhar acordados com expetativa de descobrir novos mundos e novas gentes, como eram os Mundiais e Europeus, já que não havia o volume de informação e consumo de hoje, o mercado de transferências e a construção de novas equipas ainda têm o seu quê de emocionante, graças ao desconhecido que tantas vezes acarretam.
Não exagero quando digo que o último dia de transferências na Europa tem quase tanto impacto como a final de um torneio continental, tamanha a expetativa que gera. Semelhante talvez só as longas madrugadas passadas a queimar fusíveis para montar planteis de luxo em simuladores que me davam todo o poder que queria ter enquanto emborcava doses irrefletidas de Guronsan e virava as páginas dos livros que tinha de ler para a frequência da manhã seguinte. Desligava o PC dia dentro, após os amigáveis, depois de testar um por um os reforços, ficar contente com todas as decisões e deixar na lista alvos para o inverno seguinte. Por vezes, o campeonato quase nem interessava, só a equipa, que enumerávamos com orgulho aos amigos com um único objetivo: criar inveja. Os saves eram muitos mais do que os títulos, mas quando........
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